Capítulo 14
1134palavras
Agora estou parada, escorada na porta, em seu apartamento, olhando para ele e quase "babando".
"Pelo amor de Deus Kyra, recomponha-se!" - Meu cérebro gritava.
Fechei os meus olhos, respirei e coloquei a minha mente no lugar. Tenho que responder a pergunta que Dante fizera.
— Sim, estou bem… Só foi muita coisa para digerir. - Eu disse colocando a mão na testa.
Dante se aproximou e tocou a minha testa.
— Bom, você não está febril. Menos mal.
De repente, meu estômago começou a roncar bem alto e eu envermelhei.
— Ah, está explicado! Vou fazer algo para você comer. - Disse ele indo em direção a cozinha.
— Espera! Você não vai trocar a camisa? - Eu perguntei envergonhada.
Dante parou no meio do caminho entre o sofá e a cozinha, olhou para a camisa, olhou para mim e sorriu com o canto dos lábios.
— O fato de a minha camisa estar aberta te incomoda? - Perguntou ele arqueando uma sobrancelha.
— Óbvio que sim, eu fico envergonhada. - Eu disse sentindo as minhas bochechas queimarem.
— Será que é mesmo por este motivo? - Disse ele colocando a mão no queixo pensativo, me olhando nos olhos.
— Claro que sim, por qual outro motivo seria? - Me fiz de desentendida.
Não sei como aconteceu, mas quando vi ele estava muito próximo de mim, me estudando. Dei vários passos para trás até que senti a parede fria da sala nas costas. Dante colocou as duas mãos na parede evitando uma possível fuga minha. Meu coração estava a mil por hora, do nada comecei a sentir calor e tentei bolar um plano rápido para fugir dele.
— Dante, pare de brincar comigo. Agora não tem ninguém para você fingir que está me namorando.
— Por que parar? Estou adorando ver como você fica vermelha com as minhas ações.
— Pare de se vangloriar, eu fico assim embaraçada com qualquer rapaz que tenha as mesmas ações que você.
— Duvido. Você sente atração por mim e finge que não.
— Como sabe que eu sinto? Posso simplesmente ser uma boa atriz. - Eu disse sorrindo orgulhosa da minha resposta.
— Duvido. Tenho mais experiência do que você e sei identificar quando uma mulher sente atração docinho. Quer que eu prove? - disse ele sarcástico.
— Depende, o que você quer ganhar com isso? - Eu o questionei desafiando.
— Talvez suprir a vontade que eu estou neste momento.
— E qual seria?
Dante encostou os lábios no meu ouvido e falou roucamente:
— Te beijar.
Meu coração quase saiu pela boca. Não posso mentir e dizer que não quero ser beijada, que não sinto atração por ele. Eu estaria mentindo para eu mesma e isso não condiz com a minha integridade. O fato de estar próximo a ele, de já ter sido beijada e essa maldita camisa aberta, estavam me deixando louca. Não queria dar o braço a torcer e me deixar levar pela situação, sei que poderia viver o momento, me divertir, mas que me encantaria tanto e no fim tudo tem um final.
Tentei empurrá-lo, o que foi totalmente em vão, não consegui afastá-lo nenhum milímetro.
— Vou te provocar um pouquinho. - Disse ele no meu ouvido.
— Não precisa, você já faz isso o tempo todo e me deixa totalmente irritada.
Dante não disse nada, apenas sorriu e beijou o meu pescoço. O primeiro beijo, senti uma eletricidade passando pelo meu corpo e logo em seguida, ele fez uma fileira de beijos, a sensação era tão boa, que eu não queria sair dali nunca. Ele parou de beijar o meu pescoço, segurou meu rosto entre as mãos e passou os lábios nos meus me provocando. Tentei recobrar a consciência, mas estava difícil de pensar com todas essas sensações novas das quais eu nunca havia sentido.
Ele observou cada reação minha e me beijou. No início, foi devagar saboreando lentamente a minha boca, depois colocou as mãos na minha cintura e me puxou, colando meu corpo ao dele. Coloquei minhas mãos no peitoral exposto sentindo o calor de sua pele, aproveitando a região e me entreguei no beijo.
Repentinamente, Dante me afastou, respirou fundo, passou as mãos nos cabelos e foi em direção a cozinha.
Eu fiquei naquele misto de confusão e rejeição até recobrar minha sanidade (se é que algum dia eu conseguiria). Aproveitei a deixa e fui para o quarto de hóspedes, assim ele não veria o quanto a sua reação foi frustrante para mim. Tomei um banho e fui dormir.
Acordei com o celular despertando. Se eu tivesse um martelo, com toda a certeza que o destruiria, pois estava super cansada. Não dormi nada na noite passada e quando dormi, o celular despertou.
"Vamos levantar Kyra, hoje você tem prova e poderá sair mais cedo". - Minha mente tentou me incentivar.
Dante na noite passada, deixara uma camisa para que eu pudesse vestir para dormir (antes da festa). Após tomar o banho, eu a coloquei e fui deitar.
Levantei da cama com a maior dificuldade, estava com a garganta seca e fui caminhando, meio acordada meio dormindo, até a cozinha. Não sei como, mas encontrei um copo no armário, peguei água no filtro que estava na pia e bebi. Foi a melhor água que bebi em tempos. Eu subitamente senti braços envoltos na minha cintura, mas como estava meio dormindo, pensei que fosse algo da minha cabeça.
— Kyra, você não deveria sair assim do quarto. Você está muito sexy. - Disse Dante no meu ouvido.
— Dante?! - Eu disse em tom de surpresa e olhei para a minha roupa. Estava apenas com a camisa que ele me emprestara na noite passada.
— Você ficou linda com a minha camisa.
Foi então que a sonolência passou e eu tentei afastá-lo.
— Pare de brincar comigo! Preciso me arrumar porque se não, vou me atrasar.
Dante fez beicinho e sorriu para mim. Virando-me para ele, me pegou no colo e me colocou em cima da pia da cozinha ficando entre as minhas pernas. Me beijou loucamente, suas mãos caminhavam pelo meu corpo, eu estava indo ao delírio e senti suas mão abrindo a camisa...
Foi quando eu acordei encharcada de suor, na minha cama, sozinha e triste em saber que fora apenas um sonho.
— É garota, você está perdida.